Xirê: palavra yourubá que dá nome à festa onde todos os filhos e filhas de santo cantam e dançam para todos os orixás.

A CIA DE DANÇA TEATRO XIRÊ se propõe à pesquisa da construção cênica através do movimento, suas primeiras produções resultaram em espetáculos de dança-teatro criados para crianças. Uma das principais motivações da companhia é a comunicabilidade com o público tendo como mídia o corpo do ator-bailarino em ação. O grupo busca trabalhar a partir de temas que considera urgentes desenvolver e é desta forma que entende sua atuação política e social.

O trabalho da atriz, bailarina e educadora Andrea Elias, diretora artística da CIA XIRÊ, tem se desenvolvido ao longo de mais de vinte anos de experiência profissional nas áreas artística e educacional, além da produção intelectual através do desenvolvimento das pesquisas acadêmicas e essa estrada deu origem à Cia. Tendo realizado a primeira apresentação pública do espetáculo “Ciranda” em 1998 na cidade de Angra dos Reis, onde começou sua carreira como atriz, nascia a partir daí um processo de investigação em torno da construção cênica pelo movimento que aglutinaria profissionais para a formação da companhia em 2003. A formação da diretora, acadêmica inclusive, nas áreas de dança, teatro e circo, fez com que o grupo localizasse sua pesquisa neste hibridismo de linguagens.

“Ciranda: dança-teatro para crianças” marcou a criação da companhia e, à época de sua estréia, se apresentava como proposta inédita e pioneira no estado do Rio de Janeiro, onde o espetáculo esteve em cartaz, além de participar de diversos festivais pelo Brasil e no exterior. Uma das preocupações da CIA XIRÊ tem sido a garantia de acesso à sua produção por parte dos mais diferenciados públicos.

A intensa circulação do espetáculo “Ciranda” e o diálogo profícuo entre dança, teatro e educação, possibilitaram a auto sustentação da companhia já nos seus primeiros anos de existência.

Em 2006, dando continuidade à pesquisa, a Cia iniciou a criação do segundo espetáculo “Quando Crescer, Eu Quero Ser…” contanto com os prêmios: Prêmio Funarte Klauss Vianna de Dança, com patrocínio da Petrobras; e Prêmio Angélica Daher de Fomento ao Teatro, com patrocínio da Prefeitura Municipal de Angra dos Reis, ambos em 2006.

No fim de 2008, Andrea Elias é contemplada pelo edital de fomento à dança da Secretaria Estadual de Cultura do Rio de Janeiro para a pesquisa do projeto “Cuidado”. Os resultados dessa pesquisa geraram os espetáculos “Entrelace”, direcionado aos olhares das crianças, que estreou em 2011; e “Esther Williams não quer mais nadar” que conversa mais diretamente com o público adulto, que estreou em 2012 contando também com o patrocínio da Secretaria Municipal de Cultural do Rio de Janeiro.

“Isto é sobre liberdade: o que você ainda lembra sobre ela” foi o projeto contemplado pelo Fundo Iberescena em 2015 e seus resultados originaram a intervenção urbana de mesmo nome e a performance para bebês “Dingling”, criada para a temporada 2016/2017 do Landesbühne Niedersaxen Nord, em Wilhemshaven, Alemanha.

Desde sua criação a CIA XIRÊ tem contado com a participação de estimados profissionais que investem no projeto dando-lhe credibilidade e permitindo sua materialização.

Os espetáculos da Cia circulam em continuidade pelo Brasil e em países do exterior. Intrínseco aos projetos artísticos, a Cia desenvolve os projetos pedagógicos: o workshop “Do Jogo pra Dança”; a exposição interativa “Pode Mexer!”; e a caixa “Cadê a Dança?”.

O trabalho da Cia tem sido objeto de pesquisa de trabalhos acadêmicos na área de Artes Cênicas e sobre essa experiência se desenvolve a tese de doutorado da diretora Andrea Elias.